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terça-feira, 7 de junho de 2016

Caixa de estrelas


Ser filho de contadora de histórias não é tão simples quanto pensa. A criança, muito provavelmente, irá crescer com a síndrome do Peter Pan. Para esse tipo de gente pequena, a linha que divide o mundo real do mundo imaginário é um sopro leve de vento, uma memória esquecida que a gente só lembra quando sente um cheiro bom.
Se o coelho de estimação foge de casa pra sempre e a tristeza quase consegue chegar no coração do pequeno menino, logo surge um portal encantado que transporta o animal pro mundo encantado dos ovos de chocolate.
Ufa. Ainda bem que existe o portal, senão, adeus ovos de chocolate.
Se a meia favorita do homem aranha some, foi o monstro que mora na máquina de lavar que comeu. E contra os monstros a mamãe ainda tem muito o que aprender.
E o menino coleciona histórias e estrelas. Histórias no peito, um cobertor de afeto. As estrelas numa caixa preta, onde ele guarda todo dia uma a uma. Elas saem dos seus dentes, pois foram bem escovados por ele .
"Mãeeeeeee vem logo senão a estrela vai cair"
Ele jura de pé junto que cada estrela que ele tem é dele, como as do céu são nossas.
Coisa de menino especial que acredita no sonho, que acredita no que fazem ele ouvir, que acredita no que fazem ele ver, que acredita!


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