domingo, 13 de novembro de 2011

Nosso amor só nosso - Capítulo 12

Massimo, mais uma vez tinha de partir.
Na madrugada que antecedeu a ida dele, eu me peguei chorando de soluçar com a cara enfiada no travesseiro.
E para me acalmar, acariciava levemente o seu rosto, encostava minha perna em sua perna e dava leves beijos em seu braço, sem que ele acordasse.
Queria aproveitar cada segundo daquilo que sabia que tinha hora marcada pra terminar.
Não queria dormir a fim de atrasar o relógio, mas o cansaço era mais forte que eu.
Então, deitei minha cabeça no seu peito e adormeci ali, pela última vez.
Eu, que já estava enfraquecida pelas outras idas anteriores dele, só caí do nível de destruída para dilacerada.
Não é tão ruim assim.
Mentira, é sim.
Nesse momento o fundo do poço parecia um hotel 5 estrelas da perspectiva em que eu me encontrava e o enxergava.

A sensação era de, numa mesma noite, ter um sonho perfeito grudado no meu pior pesadelo.
Vou tentar fazer vocês me entenderem.

Os dias que antecediam a chegada dele era o início do sonho: eu comprava as melhores roupas para esperá-lo, organizava os melhores eventos para irmos, preparava surpresas românticas - uma para cada dia - gravava cd's com nossas músicas preferidas para ouvirmos juntos, me envolvia tanto com aquela chegada que isso preenchia a falta que eu sentia dele: era o sonho começando.
Ele chegava. Era tudo perfeito, porque, quando se ama, quando se encontra a tampa da sua frigideira encardida é assim, tudo se encaixa, tudo é lindo, tudo é tão intenso que parece não ser real: era o sonho em si.
A noite que antecede a partida dele parecia que nuvens cinzas começavam a entrar no meu quarto, tudo escurecia, os sons incomodavam, as coisas perdiam as cores. O choque de realidade começava a se aproximar. Medo, tristeza: era o pesadelo começando.

Hora de se despedir. Uma tristeza enorme em todos... uma tristeza sem fim em mim. Inexplicável.

Fomos para o aeroporto, o silêncio era absoluto.
No caminho pedi para que ele parasse o carro, ele sem entender nada e meio preocupado com o horário, parou.
Entramos num parque lindo da minha ex-cidade, o parque da cidade em Brasília.
Sentamos debaixo de umas árvores, uns ipês  amarelos lindos, sem ninguém por perto. Éramos só nós dois, parecia um filme.
Lembro daquela cena como se fosse hoje.
Entreguei para ele uma carta de despedida, cheia e transbordante de amor, de carinho e sinceridade.
Era a minha surpresa de despedida. Foi um momento muito intenso, de muitas lágrimas mas também de muito amor.
Últimos abraços, últimos beijos.
Nos veríamos novamente? A vida seria legal com a gente e nos juntaria mais uma vez?
O destino, que gosta de brincar, nos separaria para sempre resumindo a nossa história apenas a uma lembrança do passado vivida por dois jovens apaixonados?

(Tá gente, vocês já sabem a resposta então nem tem a menor graça fazer esse suspense inútil. Mas deixa eu brincar de ser escritora, vai?).

Chegando ao aeroporto, a cena se repetia: eu com a cabeça enfiada no volante sem querer vê-lo sair do carro.
Ele me beija pela última vez, bate a porta e eu, buscando a única gota de coragem que restava em mim, olho para o lado e vejo ele se afastar  para longe, muito longe, onde as minhas mãos e braços não poderão alcançá-lo tão cedo.
Voltei para casa, me enfiei debaixo do edredom, rodeada de alface e água (que não ia ser louca de comer chocolate e coca pra ficar baranga) e mergulhei na ficção.

Minhas anestesias mentais nos momentos de solidão eram: livros (10 ao mesmo tempo, comendo nutri light), filmes (um atrás do outro, comendo biscoitos de fibra sem açúcar), músicas (repertório dor de cotovelo de 1900 A.C até os dias atuais,  bebendo água depois de chorar litros).

Olhando pra trás posso tirar uma conclusão: sou forte, velho.

Acho que metade da população que usa calcinha e absorvente interno com aplicador ia se enfiar nos anti-depressivos para superar toda essa fase negra que vivi. Mas eu não. Eu me enfiei no afinatto* e nas aulas de spinning e esperei ele voltar, linda, loira,  magra e metida! haha (brincadeira, nem sou tão metida na vida real, só um pouco. Sou mó legal, pode vir me conhecer).

Os meses seguintes foram uma loucura. Massimo ia tornar-se doutor em economia no fim do ano e eu TINHA que estar junto dele neste momento.
Então, entrei com tudo no trabalho, chegando a dar 5 horas seguidas de aula de dança para o mesmo aluno no domingo para conseguir bancar a minha viagem para a Itália.
Dei tanta aula de dança que não consegui ouvir salsa durante 3 anos consecutivos após esse período.
Forró então, uh... só de lembrar me dá vertigem.
Precisava levantar uma boa grana e ainda pagar todas as contas da casa naqueles meses.
Foi hard, mas consegui.
No final do ano estava eu lá na Itália, juntinha com o meu amor.
Conto no próximo capítulo.

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*Afinatto era um troço que eu tomava, na época, para emagrecer.
Veja bem, eu pesava 49 kg e queria emagrecer... juventude transviada.
Mas não é remédio não. É só um treco feito de crustáceos e tal, que te faz perder a fome e dá uma sede do caramba.
Não sou médica e por isso não recomendo.

6 Comente AQUI!:

Roberta "Mimi" disse...

Amei, parecia um romance de livraria.
Beijo,
Roberta

Funny Paper disse...

Nossa, essa sua história só em filme mesmo... mas, é linda, porque histórias de amor são lindas e tudo que as pessoas precisam... que legal que vc vivenciou uma assim!!

Bjs

Sil

danny Apolinario disse...

Ain!!! adoro a novelinha!!! bEIJOS

Margaretss disse...

Eu demorei pra ler porque gosto de ler imaginando tua lindeza, teus choros. E na parte de esperar ele magra e gostosa eu ri viu...
Alias...dou risada do inicio ao fim e dou a maior força pra tu ser escritora.
Vai demorar o proximo capitulo?

Sandra Lima disse...

Sabe que você realmente daria uma ótima escritora? E a sua história renderia um lindo romance!
Beijos

Carol disse...

Concordo com a Sandra Lima!!
Ah!Já curti sua fun page no facebook!! =)
Bjinhos

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