terça-feira, 23 de abril de 2013

Diário da contação da rua

                 Quando eu cheguei na minha rua com a minha barriga gigante puxando um caminhão de mudança, logo percebi algo estranho no ar. Apesar de ser um local tranquilo e de ter poucos carros passando (quase nenhum, a não ser os carros dos moradores e do vendedor de frutas) havia poucas crianças brincando.
                 Na verdade eu via apenas dois irmãos que, religiosamente, saíam de casa às 16 horas para correr um pouco e entravam às 17.
                 Eu ficava viajando dentro da minha imaginação: será que dentro desse tanto de casa só vivem adultos rabugentos e assistidores de Jornal Nacional? Será que só existem velhas ranzinzas que cozinham sem amor, para os seus maridos de meias pretas sentados na poltrona? Ou são apenas jovens bem sucedidos que saem para trabalhar o dia todo e abandonam suas casas "ao deus-dará"? Será que me mudei para uma rua de casas abandonadas e cheias de fantasmas?
              Mas para a minha alegria, os meses se passaram e aos poucos foram surgindo crianças e mais crianças e mais crianças. Parecia uma invasão de formiguinhas num prato de doce. Nem sei de onde elas saíram, porque elas não nasceram com 10, 8 e 4 anos... Mistérios!
              Hoje em dia, sair na rua é ter a certeza de ver pezinhos ligeiros, olhinhos brilhantes e cabeças descabeladas.
             Aproveitando todas essa matéria prima rica que surgiu, sábado passado nos reunimos e fizemos um fim de tarde divertido: teve contação de histórias, teve brincadeira, teve cantiga de roda e teve bolo de chocolate quentinho com suco de limão.










O que será que vamos aprontar sábado que vem na  nossa "contação da rua"?
É, é isso mesmo que você entendeu. 
Estou tramando uma deliciosa rotina literária no final de semana das crianças da minha rua.
:)

As fotos foram tiradas pela Evinha, mãe da Dorinha.

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Lis Alves disse...

Que ideia ótima, parabens pela iniciativa.
Estou querendo passear por esses lados esse ano, lugar lindo demais.

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