domingo, 5 de setembro de 2010

Um dia de praia...

Normalmente quando vou à praia, não vou exatamente à praia. Escolho um restaurante do outro lado da rua, ou assim, mesmo perto da areia, ele tem que ser cercado de "civilidade" pelo simples fato de eu ter um bebê.
Mas aí que eu e Massimo resolvemos que estamos curtindo pouco a nossa nova cidade, estamos brancos demais, sérios demais e por isso, decidimos que a partir de hoje iríamos realmente "à praia" nos finais de semana.

(e foi mais ou menos assim)

Quando um solteiro pensa num dia de praia, normalmente vem à cabeça curtição, azaração, solzão, meninas e meninos sarados desfilando seus corpos malhados na areia, tá.
Esqueçam essa referência, porque nem de longe meu dia de praia foi essa diversão.
O dia estava lindo, muito sol e um céu azul eram nosso cenário.
Animação, alegria e muita vontade de curtir a vida era nosso estado de espírito.
Chegamos nós, com presença: carrinho de bebê, sacolas (bolsa do bebê, bolsa de brinquedo do bebê, bolsa de praia, bolsa da minha farofa pessoal, toalhas), adolescente ouvindo "house",criança média pedindo sorvete e ainda tinha "a sogra" pelo meio. É, minha mãe sempre vai almoçar com a gente no domingo.

Agora um parêntese para a minha mãe.

Minha mãe fala mais do que vendedor de telemarketing. Ela fala sobre tudo. Sobre um mosquito que voou de banda. Sobre a nuvem que está mais pra bege que pra branca. Ela é muito comunicativa. Até seria uma boa companhia se não fosse todo o resto junto (choro de bebê, filhos falando, música adolescente, talz).

Voltando ao assunto da praia.

Chegamos nós, casal moderno, curtidor de praia.
O marido, homem de família, foi lá na areia ver se alugava um guarda-sol. Arrumou um pequeno, único disponível, onde só uma pessoa poderia desfrutar da sombra e claro que esse alguém deveria ser o bebê.
Ótimo.
Deixo o baby com a mamãe e "bora" pro mar.
Eu e marido somente, pois os outros 2 filhos não estavam na "mesma vibe".
Quem liga?
Yuhuuu, bora curtir.
Depois de 1 ou 2 caldos, mar agitado, resolvemos voltar.
O bebê também não estava na nossa onda de diversão, estava  meio choroso, começando a enjoar.
Era a hora da papinha.
Dou a papinha. Como sempre aquela novela: cuspe, brincadeira. Carrinho sujo. Boca suja. Roupa suja.
Mas só a papinha não bastou e ele quis mamar.
Aviso: se você ainda amamenta, evite entrar no mar antes de amamentar.
Pois é, só sei disso agora, depois do caos.
Meu seio era só areia e água salgada.
Peguei a chuquinha do bebê cheia d'água, a única coisa disponível no momento, e dei uma lavada "marromeno" no meu peito. Tudo ali, na areia. Meio escondido. Tentando achar uma sombra debaixo daquele guarda-sol e não fazer um top-less forçado para os vendedores de camarão que ali passavam.
Seio limpo.
Bebê mama e dorme.
Coloco ele no carrinho, assim, buscando meu sonhado dia relax. Esse era o objetivo, lembram? Curtir.
Agora o cenário era esse: sol lindo ainda, mas vento, muito vento. Areia voando.
Deixei pra lá tais adversidades, coisa pouca, afinal e resolvi pedir algumas coisinhas pra beber e comer.
Bem brasileiros. Farofeiros.
Chegam aquelas latas de refri e cerveja.
Mas onde botar? Não tinha mesa.
Era só um guarda-sol e algumas cadeiras de praia.
Latas colocadas no carrinho do bebê. Assim, apoiadas no descansa-pés do carrinho.
Uah... finalmente vou descansar um pouco e aproveitar esse dia de praia, penso eu, ainda não totalmente desiludida com o meu dia.
Mas, minha mãe, comunicativa como só ela é, resolve gritar, gritar bem alto, chamando um amigo que avistou (nota: amigo pra ela é qualquer pessoa que já tenha trocado uma ou mais palavras e neste caso era um garçon que ela viu uma vez e lhe deu alguma gorjeta).
Resultado: bebê acorda.
Olho pro céu, conto até 10, coço a cabeça.
Marido resolve exercer o seu papel, todo feliz e brincando parte para tirar o bebê do carrinho...e tcharan...
Todas as latas, que ali estavam apoiadas, caídas no chão.
Minha cara nessa hora já estava desfigurada e sem brincadeira nenhuma, no rádio tocava: tá difícil ser eu, sem reclamar de tudo... (Djavan).
Pensei: quem foi o gênio que teve essa idéia de curtir a praia mesmo? (com um machado apontado para a cabeça de quem tivesse a coragem de responder).
Bebê chorando de novo.
Que faria eu? Papinha? Peito?
Vamos embora pelo amor de Deus e deixemos essa história de curtir a praia assim, tão de perto, pra quem ainda é praieiro, solteiro, guerreiro... quero mais o quê?

1 Comente AQUI!:

Cris disse...

ahahahahahahaahaha
Adorei! PArecem meus dias de tentar fazer qq coisa, com 2 crianças médias e uma bebê e muuuuitaaa tralha. Canso só de pensar em fazer qq coisa, pois sei a canseira que me dará o preparo, mas tb não desanimo, sou guerreira, e acabo sempre me perguntando nos primeiros 15 minutos, quem mesmo quis fazer tal coisa...

Mas, faz parte!!
:-)

Beijoooo
Vou nanar, pq amanhã/hoje é feriado e já programamos um PI (programa de indio), bem legal os 5, porque né? Somos guerreiros!

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