quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nosso amor só nosso - Capítulo 4

Recordar é viver né?
Impressionante como tudo volta à tona relembrando os detalhes de um tempo que já passou.
As emoções renascem, o que pode ser bem legal  ou  bem estranho também, pois recordar também é reviver aqueles sentimentos ruins, dos momentos ruins.
Mas não dá só pra contar as coisas lindas, já que a vida real não é feita só desses momentos.
Quem dera que fosse!
Só que acontece que eu fui submetida a algumas técnicas de PNL  para viver sem as lembranças das coisas ruins pelas quais passei.
Então que pra escrever o capítulo de hoje tive que revirar meus arquivos mentais e até passar por uma sessão de hipnose. ;-)
E como isso não é um conto de fadas e sim a história de nossas vidas reais, vamos a parte trash!
A este núcleo da novela vou chamar de UMBRAL hahahahha.
...

Sair de um casamento é passar pelo purgatório na Terra, certeza.
Você ali paga todos os pecados que cometeu nesta e em toda as sua vidas passadas.
Cresci tanto nessa fase como nunca imaginei crescer ( se antes tinha a idade mental de 2 anos, depois da separação, certeza que completei 5 rapidinho...)
Eu casei com 16 anos e grávida.
Passei das mãos da minha família super-protetora, onde eu era paparicadérrima da cabeça aos pés, para as mãos de um casamento onde eu não fazia nada de responsável, sabe?
Não pagava contas, não fazia compras, não tinhas grandes responsabilidade, não arrumava casa, não lavava louça, não cozinhava... Uma patricinha de Bervely Hills total e completa.
Sempre tinha quem fizesse tudo por mim.
Não acho legal isso não, não me orgulho disso, deixemos claro.
É legal ter quem faça as coisas chatas por nós, mas quando nós estamos no comando da situação.
É fundamental cada um ser o comandante da sua própria vida, ao invés de deixar a vida te levar.
No meu caso era isso que acontecia.
Eu não ligava pra nada. Tudo o que envolvia as responsabilidades de uma vida a dois era um grande saco pra mim.
E fui descobrir depois que, na verdade, tudo  era um saco porque me faltava o mais importante para dar alegria aos meus dias, o amor (oinnn).
Então me separar significou tomar um choque de realidade e enfrentar a vida adulta, que no meu caso começou  aos 24 anos.
Ao mesmo tempo que eu enfrentava problemas enormes, eu vivia a melhor fase da minha vida.
Estava livre.
Estava leve.
Havia saído de um relacionamento onde eu tinha me mutilado internamente.
Não estou querendo dizer que eu era triste. Eu seria injusta em dizer isso.
Eu não era infeliz.
Mas sabia que não estava vivendo toda a felicidade que eu poderia desfrutar.
Eu vivia com uma sensação eterna de que estava faltando alguma coisa.
Eu não sei bem explicar. Acho que só quem já viveu um relacionamento desse tipo saberá interprertar isso.
Tenta entender:
Eu poderia estar no lugar mais lindo do mundo, não bastava.
Eu poderia estar vivendo um momento super legal, mas nunca era interessante o suficiente.
Eu poderia provar a comida mais saborosa do mundo. Ela nunca seria a mais saborosa do mundo pra mim.
Nada bastava, alguma coisa me faltava sempre, em todas as ocasiões.
E era a alma que me faltava, ou o amor, como queiram chamar.
Pra explicar melhor era como se eu estivesse permanentemente anestesiada.
Sabe quando você vai ao dentista e leva uma anestesia na boca e come chocolate logo depois? O chocolate fica até meio salgado. hahahaha
Assim me sentia, comendo um chocolate salgado every day.
Eu queria voar e estava com as asas amarradas.
Então foi eu conhecer Massimo pra eu sair do Matrix.
Naquele instante comecei a entender meus sentimentos.
O que era aquilo que eu sentia, que invadia meu corpo, que dominava cada espaço vago da minha mente, que atropelava todos os outros pensamentos?
O que era aquilo que me alimentava o espírito, me dava outra perspectiva para ver a vida, me fazia acordar sorrindo, sonhar acordada, dormir sonhando? (Uiii, olha o trocadilho poético!!! Arrasei!)
Taí uma das milhares de desvantagens de se casar muito nova. Você não experimentou os sentimentos. Você experimentou um ou outro, então como pode saber se é este o que quer sentir para o resto da sua vida até que a morte os.... salve?
Eu não tinha experimentado a paixão, o amor e quando tive contato com esses sentimentos, foi como um drogado em abstinência em contato com a sua droga.
Eu queria mais e mais e mais... Mexeu tudo por dentro.
Então aquela situação que estava bem blé na minha vida foi rompida.
A sensação foi de libertação e medo ao mesmo tempo.
Nunca me senti tão feliz, tão plena, tão eu. Redescobrir quem eu era, depois de anos sendo uma massinha-de-modelar-humana, que se adapta aqui, que se encaixa ali, foi realmente muito bom.
Agora tinha um porém.
Massimo nunca tinha sido casado.
Massimo nunca tinha tido filhos.
Massimo morava com seus pais.
Massimo era livre, era leve era solto ever.
Eu não podia assustá-lo com a tempestade de problemas que era a minha vida naquele momento.
Então ao me separar a primeira coisa que falei pra Massimo foi: não estou me separando por causa de você. Estou me separando por causa de mim. Porque percebi que posso ser muito mais feliz do que estou sendo. Por isso não sinta a responsabilidade de ter que estar comigo. Você não tem essa obrigação.
Eu tinha muito medo de tudo aquilo pesar nos ombros dele.
Então assumi uma postura de poupá-lo dessas coisas todas e assim fiz.
Usava Massimo como um carregador de baterias. Depois de um dia difícil, de tantos problemas, de tantas coisas para me readaptar, eu me sentava em frente do computador e ele estava ali, o amor da minha vida, a razão de toda aquela minha força, me esperando, pra me dar a paz que eu precisava para continuar.
Eu apertava o botão off dos problemas e ligava o botão on do amor. kkkkkkkkkkkkkk (cara, criei uma canção. Vou mandar pro Reginaldo Rossi hoje!)
Lembro ainda do cheiro daqueles dias.
Lembro ainda da música que tocava naqueles momentos nossos.
E um fato muito importante disso tudo: ainda nem tínhamos nos tocado, nos sentido... era tudo virtual.
Um amor virtual.
Ah! E na época não existia web cam ainda.
Quero dizer, claro que existia, mas eu não tinha e nem ele.
Gente, ces tão entendendo isso?
A gente só se conhecia por fotos.
Amanhã mostro as fotos que trocávamos naquela época.
Hilárias.

E a trilha sonora dessa fase foi essa:



3 Comente AQUI!:

Cris disse...

Uau, que mar de emoções te fez sentir Mássimo.
Te redescobriu? Ou te descobriu de verdade?
Aos 16 talvez tenhamos falsas idéias de quem somos ou queremos ser...

Beijao, tou amando ler! Beijo
@crislhullier

Vero Kraemer disse...

Dany querida, vc nem sabe COMO eu estou amando sua novela, suas palavras, sua estória!!!
Não paraaaaaaaaaaaaa!!!
Impressionante como achamos coisas em comum com pessoas, mesmo com estórias tão diferentes.
Os sentimentos, estes são parecidos, por isso conseguimos sentir empatia, carinho, amizade.
Obrigada por dividir conosco todos estes momentos!!!
Beijosssssssssssss pra ti
Vero

Micheli disse...

Oi amiga...saudades...quantas histórias heim?
Tem um selinho para você lá no blog.
Bjos,

http://repensandoacoes.blogspot.com/

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