sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nosso amor só nosso - Capítulo 7

...porque quando nos falta a outra metade nos sentimos realmente vazios, sem nada.
Assim eram meus dias depois da partida de Massimo: vazios.
Nesta época, lembro, fazia muito frio em Brasília. Chovia. Eu olhava pela janela e o cenário ao meu redor era cinza. E, apesar de sempre estar cercada de pessoas amadas, eu era inundada por uma imensa solidão.
Eu vivia duas vidas: uma interior e uma exterior que me dividia em duas.
Ao mesmo tempo em que "ter" Massimo era a melhor coisa que eu já tinha vivido na vida, por outro lado era muito, muito doído não tê-lo ao meu lado.
Ao mesmo tempo em que era tão bom passar os dias conectada conversando por horas e horas e horas com ele, era triste o momento de apertar o botão de desconectar e deitar numa cama vazia, sem seus carinhos, sem seu calor.
E foram mais 6 meses assim, somente nos amando por detrás da tela de um computador e sem nenhuma previsão de nos reencontrarmos.
A saudade nos consumia e ao mesmo tempo a vontade de nos ver novamente se multiplicava a cada dia.  Porém, toda aquela incerteza nos deixava sem forças para continuar.
O amor ia crescendo e com ele as  dúvidas de como fazê-lo acontecer.
Nesta época não falávamos em ficarmos juntos, em morarmos juntos, muito menos em nos casar.
Queríamos apenas nos ver de novo, sabe? Tentar viver um namoro normal, trocando experiências, saindo, vivendo o real. Só isso queríamos.
Mas como?
Foi quando Massimo decidiu botar um ponto final na nossa história, por não saber mais como continuar. Ele não tinha a mínima previsão de poder vir novamente ao Brasil e eu muito menos poderia ir tão cedo à Itália (tinha meus filhos, meu trabalho...)
Neste dia meu mundo caiu.
Num primeiro momento achei que ele estivesse falando apenas dos dedos pra fora (a gente não se falava, só teclava... pegou, pegou? ;-), mas não, era verdade.
Estava terminando ali aquela história improvável de amor.
E eu, que não sou de atropelar as vontades alheias, respeitei a  escolha dele e naquele dia, o desconectar foi um adeus.
Bloqueei Massimo no MSN assim que nos despedimos.
Sofrer homeopaticamente nunca foi o meu forte, sabe?
Gosto de puxar o band-aid de uma vez só, pra sentir a dor intensamente mas de forma rápida e depois, desfrutar mais rápido também da coragem de ter passado por aquilo.
E assim fiz...
Como doía ver o bonequinho dele ali on, nos mesmos horários em que sempre nos conectávamos, mas não poder falar com ele.
Lembro que ouvia nossas músicas e chorava, só chorava, olhando seu nome na tela do meu computador e pensando que realmente talvez aquela escolha tivesse sido a melhor para os dois, talvez como forma de consolo, talvez como um fio de sanidade que ainda restava em mim.
Eu tinha que conseguir seguir a vida sem ele, afinal, assim seria.
Mas nada tinha graça.
A cidade, as pessoas, os lugares mais badalados.
As companhias mais agradáveis.
As pessoas mais carinhosas, atenciosas, divertidas.
Elas não preenchiam o vazio.
Era sem comparação a vida AM e DM.
E a vida DM e sem Massimo era congelante.
As músicas que eu ouvia queria sempre compartilhar com ele, só com ele.
Os filmes que eu via queria poder um dia assistir com ele.
Os lugares que visitava queria ele ao meu lado e mais ninguém.
Nunca eu havia perdido a cabeça assim na vida, por nada e nem por ninguém.
E lidar com aquela enxurrada de novidades sentimentais estava me tirando a paz.
Como queria, naqueles momentos, ter ele de novo, mesmo que apenas virtualmente.
Só isto já me bastaria.
Mas eu não tinha nada... eu não tinha mais nada.
Algumas vezes pensei em desbloqueá-lo só para dizer um oi. Aquilo já me aliviaria  a alma.
Algumas vezes quis ligar pra ele, só pra ouvir a sua voz.
Mas minha razão me freava, me dizendo que aquilo somente retardaria ainda mais o meu sofrimento.
E assim passaram-se os dias, eu em companhia da saudade.
E como não gosto de dividir minha dor, guardo ela só pra mim, ninguém, absolutamente ninguém sabia o que eu estava passando. Aquela dor era minha, só minha.


E como nessa fase da história eu só tinha a minha dor de cotovelo como companhia, acho que ouvia 87% das músicas dessa seleção que alguém fez. E ouvi pelo menos 269 vezes cada uma. (se você está sofrendo de amor não escute, 100% de risco de desidratação).



3 Comente AQUI!:

Luciane disse...

ai que triste... chorando horrores... mas vai ficar melhor né...

aguardando ansiosa pelos proximos capitulos...

bjus

Poesia do Bem disse...

Vim só agora depois de ler os capítulos anteriores para dizer que sua his´toria é um pouco da mina, é da nossa alma, o amor improvável, não palpável, inoportuno, distante, cheio de dor e de saudade.Me senti na sua pele. ameiiiiiiiiiii e chorei pq nas entranhas tenho um amor assim, tão meu!

Evanir disse...

A você meu anjo que esta presente em todos os meus dias,
me alegrando e me fazendo feliz.
Com seu carinho venho deixar meu
afeto ,carinho e gratidão
Por nunca me deixar sozinha.
Um feliz Domingo beijos no coração.
Eu serei sua amiga para sempre,Evanir.

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