domingo, 12 de junho de 2016

Sobre não amar...

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Ontem Max me fez chorar. 
De verdade. 
Chorei igual a um bebê, logo que acordei, por causa dele. 
E essa não é uma história brega de amor, pra homenagear alguém no dia dos namorados.
É o contrário.
É pra falar de quem não ama e faz questão de deixar isso claro, todos os dias.
Vou explicar...
Ontem dormi até mais tarde.
Max acordou cedo, deu o café da manhã do Alberto, consertou um vazamento no banheiro, saiu pra comprar a água e pra trocar o pneu do carro. 
E eu? Estava só dormindo.
Então, lá pra 9 horas, fui acordada com uma linda e carinhosa bandeja de café da manhã na cama, com um ramo da minha flor favorita do nosso jardim e um bilhete.
Café da manhã na cama, com florzinhas colhidas do jardim, não é uma enorme novidade, é meio que normal aqui em casa. A gente sempre faz isso, ou eu pra ele ou ele pra mim. É uma forma garantida de ver o outro acordar com um sorriso no rosto.
Mas dessa vez, além da bandeja, do café e da flor tinha um bilhete. Eu não pensei em mais nada, estava ansiosa pra ler o que ele tinha escrito pra mim. Esperava uma declaração de amor, dizendo o quanto eu era importante e essas coisas todas.
Lembra da lição? Crie unicórnios que exalam arco-íris, mas não crie expectativas?
Pois é... eu esqueci da lição e criei todas as expectativas.
Quando eu abro o papel, a surpresa. Ele havia escrito:
"Eu não amo você. Estou fazendo apenas o meu papel de marido".
Foi automático. Ler e chorar.
Tenho esse enorme defeito de fábrica: sou sensível demais, SINTO MUITO! 
Quando li aquilo, esqueci a bandeja, o carinho, o café, a flor. Só o que ficou registrado foi o "eu não te amo".
Passados 5 minutos daquele chororô, nós já estávamos rindo daquilo e tomando o delicioso café que ele havia preparado. 
Só que tudo isso me fez refletir sobre um ponto importante.
Max não me ama. Ele só faz o papel de marido.
Só que eu quero que ele continue assim.
Sabe por que?
Amar e dizer que ama, qualquer um faz, pra qualquer pessoa, a qualquer hora (se quiser algo em troca então, o eu te amo sai mais fácil ainda da boca).
Amar e dizer que ama é a coisa mais simples do mundo inteirinho.
Amar e dizer que ama, a gente faz aqui no facebook, faz um outdoor na praça, contrata um avião pra voar com uma faixa, se quiser.
Não amar e fazer o papel de marido é que são elas.
Não amar e fazer o papel de marido é não virar as costas nunca! Mesmo nos erros, nas crises existenciais, nos tropeços.
Mesmo quando eu digo que não quero mais, que cansei de tudo, que eu quero fugir, que quero ir pra Nárnia.
Não amar e fazer o papel de marido é segurar o fio da pipa e me deixar voar, mas nunca pra tão longe que eu não consiga voltar.
Não amar e fazer o papel de marido é saber conviver com alguém tão excêntrica como eu e se adaptar todos os dias pra tudo ficar sempre bem.
Não amar e fazer o papel de marido é lutar por tudo e por todos, calado, todos os dias, todas as horas, cada segundo.
Não amar e fazer o papel de marido é, também, não medir esforços pra me ver bem, feliz e sorrindo.
Não amar e fazer o papel de marido é topar tudo, sempre, contanto que eu esteja junto.
Por isso te peço: continue não me amando, desse mesmo jeito!
Por favor!
Não quero palavras. Não mesmo! O mundo tá cheio de amores da boca pra fora. 
Amor de palavra, amor sem valor, sem consistência.
Seu "não amor" mostrado em cada gesto seu é o que me sustenta, é o que me move, é o que eu preciso pra viver.
Eu também não te amo. Muito! 

Feliz dia dos namorados!

terça-feira, 7 de junho de 2016

Caixa de estrelas

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Ser filho de contadora de histórias não é tão simples quanto pensa. A criança, muito provavelmente, irá crescer com a síndrome do Peter Pan. Para esse tipo de gente pequena, a linha que divide o mundo real do mundo imaginário é um sopro leve de vento, uma memória esquecida que a gente só lembra quando sente um cheiro bom.
Se o coelho de estimação foge de casa pra sempre e a tristeza quase consegue chegar no coração do pequeno menino, logo surge um portal encantado que transporta o animal pro mundo encantado dos ovos de chocolate.
Ufa. Ainda bem que existe o portal, senão, adeus ovos de chocolate.
Se a meia favorita do homem aranha some, foi o monstro que mora na máquina de lavar que comeu. E contra os monstros a mamãe ainda tem muito o que aprender.
E o menino coleciona histórias e estrelas. Histórias no peito, um cobertor de afeto. As estrelas numa caixa preta, onde ele guarda todo dia uma a uma. Elas saem dos seus dentes, pois foram bem escovados por ele .
"Mãeeeeeee vem logo senão a estrela vai cair"
Ele jura de pé junto que cada estrela que ele tem é dele, como as do céu são nossas.
Coisa de menino especial que acredita no sonho, que acredita no que fazem ele ouvir, que acredita no que fazem ele ver, que acredita!


quarta-feira, 4 de maio de 2016

Melhor presente

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Sou desligada, desastrada, cabeça nas nuvens, sonhadora (até) demais (mas só às vezes), desadequada, esquisita e "otras coisitas más".
Convivo até bem com as minhas excentricidades e inadequações, porém nem sempre.
Tem dias que, ao invés de saírem arcos-íris da minha cabeça, (expressão que uso na TV pra definir que tive uma grande ideia) pairam sobre mim, nuvens cinzentas cheias de raiozinhos e trovões e, essa nuvem, me persegue o dia todo pela casa e nem adianta eu tentar espantá-la com uma raquete, ela não sai.
Minhas crises existenciais normalmente são mudas, internas, e quase ninguém vê ( e nem percebe).
Quando isso acontece, sento e escrevo uma história, ou faço uma música, ou escrevo um poema ou apenas encho um copo de gelo, mas encho mesmo até quase não caber líquido lá dentro, boto um canudo e bebo um suco de uva bem geladinho.
É bom, façam!
Ó, já me perdi do assunto central.
Volta Dany, volta!
Então aconteceu que ontem, justo no dia do meu aniversário, fui convidada para a inauguração de uma biblioteca numa escola municipal, em Sapé (município localizado a mais ou menos 40 km de João Pessoa).
Em Sapé tive a alegria de participar, em 2015, do trabalho de ressocialização no presídio e foi lá também que realizei uma formação de contadores de histórias para que as professoras das escolas municipais pudessem levar a literatura para a zona rural do município. Uma zona de grande vulnerabilidade social.
E, atualmente, essas contadoras lindas, faceiras, talentosas e cheias de luz, estão fazendo bonito e botando a criançada pra ler. Alegria transbordante ver o resultado positivo de tudo isso.
Voltando de novo pro tema central...
Daí que chego eu sem Sapé para o bate-papo literário para o qual fui convidada, vestido rodado, sorriso no rosto, nhoque de aniversário ainda quentinho na barriga (amor Max tu cozinha que é o ouro!), depois de tirar um cochilo na viagem, tudo tranquilo,tudo favorável quando de repente me dou conta, quero dizer, Maria me ajuda a fazer a ficha cair que, aquele momento, aquela tarde, cada detalhe do que tinha ali naquela escola tinha sido preparado com a finalidade de me homenagear.
Pelamor! Como assim? Péra. Respira.
Cada turma de crianças da escola interpretou ou um poema escrito por mim, ou uma música que eu compus, ou uma das história que eu criei ao longo desses (17, ops... 27... ops... 37 anos).
Gente, sério!
Ego à parte (bem à parte mesmo), foi estonteantemente L-I-N-D-O!
Cantaram a música do Alberto, recitaram e interpretaram o poema "Sopro do vento" que escrevi no ano passado, na parede estava estampado um trecho da música que ganhei do meu pai no dia em que nasci (Dany Danielle) em um enorme painel, cantaram o poema "cavalinho" da Cecília Meireles, que musiquei. E pra terminar, interpretaram a minha biografia, de cabo a rabo, até descobriram que quando criança coloquei pimenta na boca da minha irmã, pois eu era a peste bubônica de tão levada.
Acho que foi o melhor presente que eu já ganhei na vida. Sabe porque?
Por que me deu respostas.
Respostas para aqueles dias das nuvens cinzas, quando me sinto mais perdida e com o auto-questionador interno ligado me indagando "o que que tu tá fazendo, fia?", ou então "pra que serve tudo isso?", "onde isso tudo vai dar?"
E meio que já deu, sabe?
Pelo menos essa sensação tive ontem.
Muitas vezes ouvi a pergunta:
- O que vc é?
Eu: " Sou contadora".
- Ah! Faz meu imposto de renda, então?
Eu: "Não sei nada de renda, sei de histórias. Tenho uma de mulheres rendeiras, quer ouvir?"
- " Ah! Tá! Então, deixa!"
É meio que isso. Entende o implícito?
E ver aquilo tudo ontem foi uma cachoeira de respostas lindas do universo pra mim, como presente de aniversário, vindo dos seres mais iluminados da terra: as crianças.
Se eu falar GRATIDÃO em capslock ainda é pouco, sabe?!
Tem outra palavra maior pra agradecer, será??
Vou pesquisar num dicionário antigo e empoeirado, mas enquanto eu não encontro, deixo aqui os meus sorrisos mais sinceros a todos os responsáveis por aquele momento encantado!
E principalmente a vc, Maria, minha anja!
Ah! E enquanto tô perdida, vou lendo a antologia poética de Manuel Bandeira, que ganhei do meu amor Paulo Raphael.
Sigamos...











terça-feira, 18 de agosto de 2015

A MALA

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AMÁ-LA
A MALA
NUM CANTO DA SALA
TEM HISTÓRIA 
TEM SUTILEZA
TEM SENTIMENTO
TEM ESSÊNCIA
E TEM MAGIA
QUE DIZ QUE
SÓ QUEM PODE TOCÁ-LA
SÃO AQUELAS
QUE SOLTAM ESTRELAS
PELAS PONTAS DOS DEDOS
E CARREGAM NELA
O SOPRO DO VENTO
Ganhei de presente da artista e amiga Valeria Rodriguez.
Como se não bastasse toda a lindeza estética dela, ainda veio com uma história dentro, para eu contar.
É pAra amá-la!
Uruga, tu sabe que te amo!
E agora mais... Emoticon smile
Suas sutilezas a gente vê nessas pequenas coisas.

Casamento poético

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Sopro do vento

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sábado, 25 de julho de 2015

Casa da Rua

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Minha casa agora é de brincar.
Como assim?
Sabe a música: era uma casa muito engraçada....?
Pois é, agora ela é minha!
Deixa eu explicar. 
As férias chegaram e com elas a vontade de compensar os meses dentro da escola que escolhi pro Alberto e pra Fefê, Uma escola tradicional aqui de João Pessoa, que insiste em métodos antiquados de ensino (extremamente competitiva, com atividades repetitivas do tipo: escreva a letra C 30 vezes, etc.,) e que nos tem causado grandes frustrações.
Porque ainda estamos na escola? Porque escolhi esta escola?
Deixa pra outro post, ou pra uma conversa numa rodada de suco de limão.
O que vim falar é da Casa da Rua, uma casa feita pra brincar e ser feliz.
Um empreendimento totalmente afetivo, que resolvemos encarar, eu e Valeria (minha parceira de tudo), a fim de promover infância, no mais puro sentido da palavra.
Isso tudo no meu quintal... rsrsrs
Está funcionando desde o dia 06 de julho.
Desenvolvemos várias oficinas: plantação de muda, de pizza, de tinta caseira, de massinha ecológica, de manipulação de fantoche, de locução de rádio, de cupcake. Promovemos vários momentos lúdicos. Fazemos um resgate de brincadeiras de antigamente, momentos de contação de histórias, muita música e pé no chão . É lindo!
Agora chega de blá blá blá e vamos as imagens!!







































Chega de fotos!
Agora deixa eu ir lá brincar que tem muita criança querendo ser feliz por aqui! :)
Para acompanhar as atividades e ver as fotos da Casa da Rua, visitar a nossa página no Facebook.
Ou pelo site da Contação da Rua: www.contacaodarua.com.br